O mundo da
culinária sempre foi muito rico, ao ponto de nos assustarmos ao nos depararmos
com determinados pratos, digamos, exóticos. Alguns são mais comuns, como as
preparações com tripas (como utilizado na buchada). Ao menos para nós, o
cachorro como alimento é inaceitável, contudo para outros povos não.
O autor do
clássico “Os Três Mosqueteiros”, o romancista e gourmand Alexandre Dumas, nos
ensina como preparar patas de elefante. Segue a receita:
Patas de elefante à La Duglerez
Pegue uma ou
várias patas de jovens elefantes e retire a pele e os ossos depois de as ter
deixado drenar durante 4 horas em água morna. Divida-as em 4 pedaços no sentido
do comprimento e corte-os em dois; afervente as patas na água por 15 minutos,
passe-as em seguida em água fresca e escorra-as num guardanapo. No fundo de uma
assadeira que feche hermeticamente, ponha 2 fatias de presunto de Bayonne, por
cima os pedaços das patas, depois 4 cebolas, 1 cabeça de alho, alguns arômatas
indianos, ½ garrafa de vinho madeira e 3 conchas de caldo. Cubra bem essa
assadeira e deixe cozinhar por 10 horas em fogo brando; reduza o caldo de
cozimento desengordurado a uma demi-glace, acrescentando um copo de porto e 50
pimentas verdes que você branqueou em água abundante e em fogo alto para
conservar a cor. É preciso que o molho tenha bastante realce e sabor; observe
sobretudo este último ponto.
E ainda aponta a
seguinte orientação, variando a preparação de patas de elefante, atribuída a
Levaillant: “As patas grelhadas são um manjar de rei; eu não podia imaginar que
animal tão pesado e material pudesse fornecer refeição tão delicada; devorei
sem pão a pata do meu elefante.”
E aí, vai
encarar?
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Grande
Dicionário de Culinária ilustrado. Cultuado há mais de um século como fonte
inesgotável de receitas e crônicas gastronômicas. Publicado pela Jorge Zahar
Editor.
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Por Jonas Rossatto